Livro da Semana
CAPITÃES DA AREIA
Jorge Amado
Publicado em 1937, teve a sua primeira edição apreendida e queimada, em Praça Pública, pelas autoridades do Estado Novo. Em 1944 conheceu nova edição e desde então sucederam-se as edições e as adaptações para Rádio, Televisão e Cinema.
O autor descreve, em páginas carregadas de beleza, dramatismo e lirismo, a vida dos meninos abandonados e marginalizados que aterrorizam as ruas de São Salvador da Bahia.
Aproximadamente 40 meninos com idades compreendidas entre os 9 e os 16 anos, dormiam nas ruínas de um velho "trapiche" abandonado.
Tinham como líder Pedro Bala, rapaz de 15 anos, generoso e valente, que vagabundeava pelas ruas, há dez anos, conhecendo a cidade a cada palmo.
Durante o dia, maltrapilhos, sujos e esfomeados, vadiavam pelas ruas fumando pontas de cigarros, mendigando comida ou praticando pequenos furtos.
Este contacto precoce com a dura realidade da vida adulta fazia com que se tornassem agressivos e desbocados.
No dia-a-dia o Bando contava com o apoio amigo de alguns adultos.
Don'Aninha, mãe-de-santo, que sempre os socorria em caso de doença ou necessidade.
O Padre José Pedro, introduzido no grupo por Boa-Vida, conhecia o esconderijo dos Capitães. Aos poucos conquistou a sua confiança, indo com frequência visitá-los.
O pescador Querido-de-Deus e o estivador João-de-Adão tinham a confiança dos meninos, que, por sua vez, não mediam esforços para recompensar esse apoio.
Um dia Salvador foi assolada pela epidemia de Varíola, e como os pobres não tinham acesso à vacina, muitos morriam.
Almiro, o primeiro Capitão a ser infectado, morreu.
Dora e o irmão Zequinha perderam os pais durante a epidemia. Não tendo onde ficar, acabaram no "trapiche", levados por João Grande e o Professor.
Foi grande a confusão que Dora causou no antigo armazém, uma vez que era a única presença feminina. Foi aceite no grupo, depois de algum tempo e, vestida como eles, participava em todas as actividades e roubos do Bando. Pedro Bala apaixonou-se.
Quando roubavam um Palacete de um ricaço foram presos. Parte do grupo conseguiu fugir, graças à ajuda de Pedro Bala, que acabou por ser levado para um Reformatório, de onde também conseguiu fugir.
Já em liberdade preparou-se para salvar Dora. Mas um mês no Reformatório Feminino foi o suficiente para acabar com a alegria e a saúde da rapariga. Conseguiu libertá-la, mas Dora morreu na manhã seguinte. Todos choraram a sua ausência.
Alguns anos se passaram e o destino de cada um foi tomando rumo.
O Professor foi para o Rio de Janeiro e conseguiu expôr os seus Quadros.
Pirulito, que já não roubava mais, entrou para uma ordem religiosa.
Sem-Pernas morreu a fugir à Polícia.
Volta-Seca acabou a fazer o que sempre sonhou, juntou-se ao Bando do seu Padrinho Lampião, tornando-se um terrível assassino de Polícias.
Gato, perfeito "Gigolô" e vigarista, estava em Ilhéus, enganando os Coronéis.
João Grande embarcou, como marinheiro, num navio de carga.
Após o auxílio na greve dos condutores de autocarros, o Bando dos Capitães da Areia, de Pedro Bala, tornou-se uma "Brigada de Choque", intervindo em comícios, greves e em lutas de classes.
Anos depois, Pedro Bala, conhecido organizador de greves e perigoso inimigo da ordem estabelecida, é perseguido pela Polícia de cinco Estados.
Este romance faz parte do Plano Nacional de Leitura e encontra-se disponível na Biblioteca com a cota
82 LPBR-3 MDO
CARLOS FRAGA
Morte de Dora
(Capitães da Areia - Jorge Amado)
Comentários