O Pequeno Grande Estratega
Adorava jogar jogos de estratégia.
Passava horas à volta do tabuleiro do Risco.
A avançar com exércitos de cores variadas.
A invadir países, novos continentes.
A destruir castelos e praças-fortes.
A afundar navios, a atingir aviões.
Quando ficava senhor do Mundo sentia-se o maior.
Descobrira, há pouco tempo, o Age of Empires.
Começar do nada.
Ir construindo exércitos e fortalezas.
Alargando as fileiras, destruindo os adversários.
Eliminar todos os outros impérios.
Até ficar um único, o seu.
Aí, inchava como um peru, impante de orgulho.
Também gostava da Batalha Naval.
Dar cabo das esquadras inimigas.
Descobrir a localização das embarcações.
Atirar-lhe com petardos para cima.
Deixá-los a apodrecer no fundo dos oceanos.
Que, no caso, eram páginas quadriculadas.
Cheias de anotações.
Códigos que só ele percebia.
Na escola, todos gozavam com ele.
Porque era baixinho e gordalhufo.
Com um caracol no meio da testa e uma barriguinha já proeminente.
Quando as miúdas lhe dirigiam a palavra, ele, tímido, não sabia o que fazer com as mãos, que escondia onde calhava.
Mas sabia que um dia ia vingar-se.
Todos aqueles vermes rastejariam a seus pés.
As mulheres perssegui-lo-iam.
Os artistas quereriam retratá-lo.
Ia ter um império a que chamaria só seu.
Entretido por estes sonhos, nem deu pelo passar das horas.
A voz da mãe despertou-o dos desvaneios.
- Vem já para a mesa, Napoleão! - gritava ela. - Estou farta de te chamar, Napoleão Bonaparte!!!
Ernesto E. Minguêi in O Canto do Galo: Micocontos do Blog O galo de Barcelos ao Poder
Passava horas à volta do tabuleiro do Risco.
A avançar com exércitos de cores variadas.
A invadir países, novos continentes.
A destruir castelos e praças-fortes.
A afundar navios, a atingir aviões.
Quando ficava senhor do Mundo sentia-se o maior.
Descobrira, há pouco tempo, o Age of Empires.
Começar do nada.
Ir construindo exércitos e fortalezas.
Alargando as fileiras, destruindo os adversários.
Eliminar todos os outros impérios.
Até ficar um único, o seu.
Aí, inchava como um peru, impante de orgulho.
Também gostava da Batalha Naval.
Dar cabo das esquadras inimigas.
Descobrir a localização das embarcações.
Atirar-lhe com petardos para cima.
Deixá-los a apodrecer no fundo dos oceanos.
Que, no caso, eram páginas quadriculadas.
Cheias de anotações.
Códigos que só ele percebia.
Na escola, todos gozavam com ele.
Porque era baixinho e gordalhufo.
Com um caracol no meio da testa e uma barriguinha já proeminente.
Quando as miúdas lhe dirigiam a palavra, ele, tímido, não sabia o que fazer com as mãos, que escondia onde calhava.
Mas sabia que um dia ia vingar-se.
Todos aqueles vermes rastejariam a seus pés.
As mulheres perssegui-lo-iam.
Os artistas quereriam retratá-lo.
Ia ter um império a que chamaria só seu.
Entretido por estes sonhos, nem deu pelo passar das horas.
A voz da mãe despertou-o dos desvaneios.
- Vem já para a mesa, Napoleão! - gritava ela. - Estou farta de te chamar, Napoleão Bonaparte!!!
Ernesto E. Minguêi in O Canto do Galo: Micocontos do Blog O galo de Barcelos ao Poder
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