Livro da Semana



Um Pai de Filme
de
Antonio Skármeta



Numa aldeia decadente e remota do Chile, onde uma simples ida ao cinema ou ao bordel implica uma viagem num velho comboio, também ele em vias de extinção, vive, com a sua mãe, um jovem professor primário cheio de sonhos literários e o natural desejo de encontrar o amor e descobrir o sexo.

Nesse microcosmos, personagens magistralmente retratadas pelo autor vivem as suas vidas modestas, mas nem por isso desprovidas de sentimentos e ambições - a sua mãe, Cristián, o padeiro e grande amigo do seu pai, um francês que se foi embora da terra no próprio dia em que o mestre-escola, concluído o seu curso, regressava, as atraentes e casadoiras irmãs Gutiérrez, irmãs do seu aluno Augusto, um jovem de 15 anos, obcecado pelo desejo de perder a virgindade e ir pela primeira vez para a cama com uma mulher, outros alunos e uma prostituta que gosta de Geografia. Sem nada que o fizesse prever, aparece também Emílio, comme Zola, um bebé, filho ilegítimo do seu pai.
A acção é breve, mas intensa, e no final, Jacques, o professor, mais maduro, resolve os problemas sentimentais próprios e os daqueles que lhe são próximos.

No ano em que cumpre setenta anos, Antonio Skármeta, o autor do imortal O Carteiro de Pablo Neruda, brinda os seus milhões de leitores em todo o mundo com mais uma jóia literária.

Numa narrativa breve, mas repleta de emoção, ternura e sentimentos, Skármeta constrói um personagem tão humano e sonhador, como Mário, o carteiro - Jacques, o mestre-escola de uma pequena aldeia perdida do Chile.

Comentários