Poema da Semana


O seu nome é gracioso e muito próprio dela:
 Respira um vago tom de música inocente;
 E lembra a placidez de um lago transparente,
 Recorda a emanação tranquila duma estrela.

Lembra um título bom, que logo nos revela
A ideia do poema. E todo o mundo sente
Não sei que afinidade entre o seu ar dolente,
A sua moridezza, e o nome próprio dela.

E chego a acreditar - ingenuamente o digo -
Que havia um nome em branco, e Deus pensa consigo
Em traduzi-lo enfim numa expressão qualquer:

De forma que a mulher suave e graciosa
Faz parte deste nome um tanto cor-de-rosa,
E este nome gentil faz parte da mulher.

Guilherme de Azevedo, in "366 poemas que falam de amor"

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