Poema da Semana
O canto do escravo
Ó noite
vala comum de todos os animais
e dos sonhos que estremecem
os lençóis finos das camas dos senhores
Permite que seja
uma estrela cadente
o que me rasga agora os olhos
e não o estalar do chicote
nas mãos de um vil capataz
Ó noite
canta
canta assim
aqui será o mundo
um dia aqui será o mundo
um dia humanidade
um dia serás
Noite
irmã de minha pele
construtora de sombras magras
e do descanso do meu dono
Canto és
Canto és e não morro
Paulo José Miranda, in "40 X Abril"
Ó noite
vala comum de todos os animais
e dos sonhos que estremecem
os lençóis finos das camas dos senhores
Permite que seja
uma estrela cadente
o que me rasga agora os olhos
e não o estalar do chicote
nas mãos de um vil capataz
Ó noite
canta
canta assim
aqui será o mundo
um dia aqui será o mundo
um dia humanidade
um dia serás
Noite
irmã de minha pele
construtora de sombras magras
e do descanso do meu dono
Canto és
Canto és e não morro
Paulo José Miranda, in "40 X Abril"
Comentários