Livro da Semana


Belle Époque

de

Paula Gomes Magalhães


"LISBOA AOS POUCOS TRANSFORMAVA-SE. NA VIRAGEM DO SÉCULO, ENTRE 1890 E 1914, A CAPITAL PORTUGUESA, IMPULSIONADA POR UMA BURGUESIA CADA VEZ MAIS ENDINHEIRADA, VIVIA FASCINADA PELO GLAMOUR PARISIENSE. ERAM OS ÚLTIMOS DIAS DE UMA LISBOA ROMÂNTICA E O NASCER DE UMA CIDADE MODERNA E CIVILIZADA, UMA TRANSFORMAÇÃO FEITA A CONTA-GOTAS E MARCADA POR ALGUNS EPISÓDIOS TRÁGICOS."

"As senhoras vestiam os últimos figurinos da moda francesa, deixavam-se levar pelos cheiros dos perfumes e outros produtos de beleza e higiene chegados de fora. Os modelos das roupas, gestos e comportamentos eram os das grandes senhiras da Cidade das Luzes. Os homens enchiam os cafés do Chiado e divertiam-se nos teatros, o São Carlos estava sempre esgotado e o serão era feito de copos, guitarras e das animadas largadas de touros. A Avenida da Liberdade era o novo local para esta burguesia culta e abastada ver e ser vista, depois da triste demolição do Passeio Público. Os poucos automóveis que circulavam nas ruas da capital cruzavam-se com os burros e carroças das classes populares famintas e ileteradas que viviam nos arredores pobres e sujos. Longe do desenvolvimento das grandes capitais europeias, a cidade iluminava-se com a chegada da eletricidade, os mais abastados instalavam os primeiros telefones nas suas casas, o animatógrafo era a novidade que todos queriam ver.

A caminhar para a modernidade, Lisboa sofria, ao mesmo tempo, com o desaparecimento, de forma trágica, de algumas das ilustres figuras da sua cultura, tentava recuperar a custo das consequências sociais e económicas de um ingrato e humilhante ultimato inglês, e via gorada uma primeira revolta republicana, sendo obrigada a esperar quase vinte anos até assistir à destituição da monarquia.

Paula Gomes Magalhães retrata, neste livro amplamente ilustrado, a vida quotidiana de Lisboa, na Belle Époque, uma cidade feita de contrastes. De luzes, boémia, glamour e alguma tristeza."

Comentários